Romário: O Gênio da Grande
Área
Romário conversou com a
FLAPEL durante o clássico com o Vasco da Gama no Maracanã no dia 22 de Março de
2015. quando também teve o prazer de conduzir dezenas de crianças com síndrome
de Down ao gramado, comemorando o Dia de Conscientização para a Síndrome.
Filho de Edevair de
Souza Faria e Manuela Ladislau Faria, Romário morou na comunidade do Jacarezinho até os três anos de idade, quando mudou-se para a Vila da Penha. Lá jogou no time de futebol do Estrelinha, fundado por seu
pai, o que era uma maneira de incentivá-lo à prática dos esportes. “É no
asfalto e nas quadras de futebol de salão que aprende a jogar”, lembra o
craque.
Com pouco tempo já era
destaque entre os garotos, e já jogava entre os mais velhos.
Em 1979, um olheiro o
levou para fazer testes no infantil do Olaria. Destaque entre os
jogadores da equipe, foi levado depois ao Vasco da Gama, mas foi obrigado a
fazer um "estágio" de um ano, pois o jogador não tinha condições
legais de ingressar no clube por causa de sua tenra idade.
Além de autografar o manto
da FLAPEL, o craque falou da importância das peladas na formação dos atletas.
FLAPEL:
Quando e como você começou a bater bola na rua?
Romário:
Isso eu nem lembro. Minha mãe conta que eu já chutava bola dentro de casa antes
de andar (risos). Mas lembro bem das peladas na rua na Vila da Penha.
Jogava o dia todo nos terrenos baldios, ruas de terra e no asfalto. Descalço,
perdi muito o ‘tampão do dedão” dando chutes na bola. Sempre fui artilheiro. Eu
não sossegava se não fizesse mais gols de geral na rua.
Sempre fui
veloz e era ruim de me pegar. Mesmo menor que muitos dos outros caras, eu era
difícil de segurar. Acho que aprendi a escapar de muita falta assim. E meu pai
sempre me dizia que o mais importante era a jogada. Que jogador de verdade deve
evitar cair. Segui este conselho a vida toda.
Joguei na
rua até começar a treinar de verdade no Vasco quando não dava mais. Eu chegava
em casa exausto dos treinos e dormia direto. Mas na folgas eu ia correndo para
as quadras da área jogar.
FLAPEL: Romário, qual a importância da pelada na formação de um jogador
de futebol?
Toda. E na rua que o craque nasce. Nos clube ele aprende a jogar nas
regras. É na rua e nos terrenos de terra que se aprende a dominar uma bola
rápido, em situações diferentes de chão. O pensamento de como escapar da falta,
como chutar melhor, como passar rápido e tabelar em espaço pequeno. Jogar com chinelo
ou lata marcando o gol ensina a meter a bola em espaços pequenos. Joguei com
grandes craques a vida toda e quase todos no Brasil foram peladeiros. E ainda
são.
FLAPEL: Qual o recado que
você deixa para os peladeiros da FLAPEL?
Não parem jamais! O
negócio é se manter em movimento até quando o corpo não aguentar mais e quando
não der mais, a parada é ficar na beira do campo comentando ou dando umas
instruções a molecada. Amigos peladeiros são para a vida toda. O cara até muda de mulher e família mas não
muda de pelada. (Risos)
FLAMENGO
No
início de 1995 o Flamengo contrata o jogador, em uma inusitada jogada de marketing, após
cerca de três a quatro meses de negociações com o Barcelona, facilitadas com a
colaboração do próprio Romário. O negócio foi feito graças a uma mobilização de
empresas desejosas em ter, em contrapartida, a imagem do craque. Romário foi o
1º jogador jogando fora da Europa (e o único até hoje, já que no anúncio da
FIFA, na época feito no dia 30 de janeiro de 1995 em Lisboa, ele já estava
oficialmente contratado pelo Flamengo, onde já tinha inclusive estreado ([1], [2])) a ser eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1994,
devido ao seu papel decisivo no tetracampeonato mundial
brasileiro: para isso, Brahma, Banco Real, Rede Bandeirantes e Multiplan forneceram os recursos para a contratação
do Baixinho.17 Como grande contratação do ano em que
o Flamengo festejava seu centenário, Romário chegou festejado pelos
flamenguistas, fazendo desfile, em carreata, para 1 milhão de pessoas [3], a despeito de desqualificar Zico: "Eu
ganhei uma Copa, ele não".8 .8 20 Ofusca a chegada de outro tetracampeão,
curiosamente também consagrado em um rival, o Fluminense: Branco.
Romário
começou bem, conseguindo o título da Taça Guanabara de 1995 marcando três vezes na final contra o Botafogo. O
título estadual, todavia, ficaria com o time de melhor campanha em um octagonal
final. Na véspera da partida decisiva, contra o Fluminense, Romário
desentende-se com o técnico Vanderlei Luxemburgo.9 Chega a marcar na partida mas não
termina o campeonato com a artilharia, que seria de Túlio Maravilha, do
Botafogo, e o título fica com o Fluminense, em uma das partidas mais lembradas
do clássico: com a vantagem do empate, o Flamengo chegou a alcançar a igualdade
após estar perdendo por 0 x 2, mas o Tricolor consegue a vitória no final, no famoso
gol de barriga de Renato Gaúcho (que assim fica também com o título
simbólico de Rei do Rio).
Para o Campeonato
Brasileiro de 1995, a diretoria flamenguista tenta superar a decepção, contratando Edmundo para formar com Romário e Sávio o "melhor ataque do mundo". Além
do Animal, credenciado com
uma passagem vitoriosa pelo Palmeiras e ex-ídolo também do rival Vasco, chegam
ainda Ronaldão (outro tetracampeão), Djair e Luís Carlos Winck.17 A amizade com Edmundo, que resulta até
em um rap de
ambos, apresentado na chegada do reforço,21 porém, não resulta em gols suficientes para
levar o Flamengo às fases decisivas do Brasileirão - para piorar, vencido pelo
rival Botafogo. Paralelamente, a equipe vinha bem na Supercopa
Libertadores 1995, chegando à final contra o Independiente. Após
perder por 0 a 2 na Argentina, o
Flamengo venceu, com um gol de Romário, na volta, mas por apenas 1 a 0,
perdendo a última oportunidade de conseguir uma taça no centenário.
No ano
de 1996, fica em 4º lugar na eleição de Melhor do Mundo da FIFA pelo seu
desempenho em 1995, um grande feito para um jogador que atuou a temporada
inteira no Brasil, ano em que o Flamengo conquista o Campeonato Carioca de
forma invicta. Romário, mais uma vez, é artilheiro do estadual. O Flamengo
conquista também a Copa Ouro Sul-Americana.
Romário não fica para o Campeonato
Brasileiro de 1996: ele se envolve em uma transação mal sucedida, que trouxe de
volta o atacante Bebeto, e o Baixinho acaba emprestado ao Valencia.
Naquele ano, o rubro-negro termina em 14º lugar no Campeonato Brasileiro.
Romário pouco dura no Valencia, onde desentende-se com o técnico Luis Aragonés e vê-se isolado no elenco, que apoia o
treinador.22 Apesar do interesse de Vasco, São Paulo e até do Boca
Juniors, onde atuaria com Diego Maradona e Claudio Caniggia, o
jogador programou, ainda antes do fim do ano, sua volta ao Flamengo, após
lesionar-se no final de setembro.22
Em
1997, vai com o Flamengo a duas decisões, mas ambas são perdidas em empates por
2 a 2: o Torneio Rio-São Paulo,
contra o Santos, e a Copa do Brasil,
contra o Grêmio, em que ele chega a marcar. Resta-lhe apenas sua terceira
artilharia seguida no Cariocão. Tornou-se também o segundo jogador a marcar
gols contra os 4 grandes paulistas no mesmo ano.23 Joga apenas quatro partidas no Campeonato
Brasileiro de 1997, marcando seus três gols em um único jogo, em um 4 a 1 contra o Goiás. Ele
retorna para um novo curto período no Valencia e, sem ele, o Flamengo até
consegue chegar às fases finais do Brasileirão, mas é eliminado para o Vasco -
futuro campeão.
No
Valencia, ele tem novas frustrações: Jorge Valdano, que
pedira pela sua volta,24 demonstra tolerar o comportamento
boêmio do atacante, declarando posteriormente que, de fato, o contrato do astro
previa em uma cláusula essa liberdade para o Baixinho.24 Porém, pouco antes da temporada começar,
Romário machuca-se. Valdano cai logo após a terceira rodada 24 e quando Romário recuperou-se,
desentendeu-se com o novo treinador, Claudio Ranieri.25 Romário acaba deixado na reserva de Marcelinho Carioca 9 e logo acerta novo retorno ao Flamengo,
para o início de 1998.
O ano
não se mostra muito melhor: o Estadual, onde é pela quarta vez consecutiva o
artilheiro, fica com o Vasco e, no Brasileirão, o time não encontra um padrão
de jogo e fica de fora das fases finais. Mais do que isso, Romário acaba
cortado da Copa do Mundo de 1998. Em
1999, o título estadual é, sobre o favorito Vasco de Edmundo, reconquistado, e
Romário emenda sua quinta artilharia seguida no torneio. Ele se destaca também
no Torneio Rio-São Paulo, mesmo com o time não chegando às fases finais: ao
driblar Amaral com um elástico e completar a jogada com um
gol sem ângulo, ele é aplaudido pela torcida adversária, em um 3 a 0 sobre o Corinthians em pleno Pacaembu.15
No
Brasileirão, o Flamengo chega a fazer uma boa campanha, mas perde uma série de
jogos na reta final e fica novamente eliminado das fases finais.26 A maior decepção fica na Copa do
Brasil: o time vencia o Palmeiras no Parque Antártica por 2 a 1 até os últimos dez minutos da
partida, quando os alviverdes marcaram justamente os três gols que necessitavam
para classificarem-se.
O maior
alento rubronegro em 1999 é a Copa Mercosul. O
time vai avançando, com Romário obtendo nova artilharia. Porém, antes da
segunda partida da semifinal 27 - contra o Peñarol, em Montevidéu -, Romário e outros jogadores do Flamengo
festejam em uma boate de Caxias do Sul horas depois de derrota para o Juventude,
válida pelo Brasileiro. A despeito de ter marcado o gol do Flamengo no jogo (1
a 3),12 apenas o Baixinho acaba punido, tendo seu contrato
rescindido por decisão do presidente Edmundo
dos Santos Silva.9 Sem ele, o Flamengo consegue ser campeão da
Mercosul.
Sem
clube, Romário acerta seu retorno ao Vasco da Gama, depois de onze anos. Deixou
o Flamengo como terceiro maior artilheiro do clube, com 204 gols,12atrás
apenas de Dida e do desafeto Zico. Tendo marcado 46 gols naquele ano, recebe
a primeira Chuteira de Ouro da Revista Placar.
SRN
0 comentários:
Postar um comentário