Antônio Nunes, o “Lico”, nasceu em Imbituba, Santa Catarina e foi no Joinville
que iniciou a carreira em 1970. Em 1973 chegou ao Gremio onde permaneceu por 6
meses. Logo após esta rápida estadia retornou a Santa Catarina onde jogou no Figueirense, Marcílio
Dias, Avaí e Joinville.
Mas foi em 1980 que o destino o levou ao Rio de Janeiro para jogar no
Flamengo. Fez esporádicas aparições no Campeonato
Carioca daquele ano,
em sua maioria vindo do banco. E voltou ao Joinville, emprestado no começo de
1981.
Retornou à
Gávea em maio, e teve a felicidade de atuar ao lado de craques como Zico, Leandro, Andrade, Júnior e Adílio, fazendo parte equipe rubro-negra
campeã da Copa
Libertadores da América e
da Copa
Européia/Sul-Americana de 1981.
Em vários
momentos daquela geração Lico foi um titular com papel importante quer seja
fazendo gols ou gerando oportunidades de gol com cruzamentos, tabelas e
deslocamentos em velocidade pelas laterais ou pelo meio.
Após
duas cirurgias no joelho, Lico se viu obrigado a encerrar a carreira em 1984
aos 33 anos.
Depois da aposentadoria nos gramados, Lico alternou projetos
no futebol, ora como treinador, ora como diretor ou supervisor técnico, sempre
em clubes do Sul, como o Londrina e o Avaí. Também foi
gerente de futebol no Joinville.
O craque conversou com a FLAPEL dentro da sede do clube do
Flamengo e assinou o manto da pelada na sala de troféus.
Lico autografa o manto da Flapel
Para o talentoso meia esquerda, a pelada é fundamental para a
formação de um jogador completo:
“É na pelada que se fica esperto. Lances rápidos e até mesmo
aquela malandragem de se saber onde o companheiro estará no lance seguinte se
aprende nas peladas de rua, nos campinhos, nas quadras de clubes. Joguei muita
pelada em Santa Catarina e lembro que me imaginava no Maracanã um dia. Quando
estive em campo pela primeira vez me lembrei deste sonho na hora.
O peladeiro muitas vezes não passa em peneiras dos clubes. Conheço
muito cara bom de bola que reina nas peladas mas não tece chance. E também já vi
jogador de Maracanã que não caberia nas minha peladas de moleques”, ri o
craque.
Lico
lembra que grandes craques da historia do clube nasceram nas peladas de rua:
“Adilio,
Julio Cesar, Zico, Geraldo, Leandro, Junior, Anselmo, entre outros caras começaram
a jogar desde cedo nas peladas de rua e várzea. Ali o talento natural salta aos
olhos. Ao se entrar em um clube a coisa melhora porque muita gente te ajuda a
lapidar este talento. Tive muita sorte de jogar com uma geração que veio desta linha”
O
craque do Flamengo finaliza a tabelinha com um recado a Flapel:
“Ter um
espaço para jogar bola regular entre amigos é algo que se deve manter, cuidar e
comemorar. E ainda mais dentro do Flamengo é mais que motivo de orgulho. Muita
gente do Brasil todo queria ter esta oportunidade. Cuidem bem do campo dos
amigos e do futebol. E quem sabe não sai ainda um craque de bola da Flapel para
o Mengao?”
Lico,
um craque dentro e fora do campo.
SRN
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